sábado, 16 de fevereiro de 2008

Criação espontânea

Criação espontânea e declamada na “Noite de Poesia” do FSM-Penafiel no Café EP no dia 12 de Janeiro de 2008.
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de
Mário André da Rocha Carvalho


Existem no mundo
Dois sinais da cruz.
Um faz-se começando pela direita,
Outro nasce da esquerda e assim se conduz.
Uns bebem vinho e chamam-lhe sangue,
Outros também o bebem de prazer e vício...
Da cisão de uns nasceram outros,
De ortodoxo solstício.
Uns, do passado, esperam palavras novas,
Outros ainda vivem dos seus rosários.
Estranho, que todos os que se benzem começando pela esquerda,
Estejam pejados de moralismos reaccionários.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Visão do Fórum Social Mundial de 2008 por Eduarda Castro


MOVIMENTO GLOBAL

Talvez não por acaso, no dealbar deste século-milénio, surge, pela primeira vez um movimento que transforma efectivamente o nosso planeta numa aldeia global.
Importa referir que o avanço tecnológico que levou à criação da internet teve um papel determinante neste movimento.
O movimento pela paz e o movimento forístico são os protagonistas desta nova forma de intervenção cidadã.
Em 2001, ano um deste milénio, realizou-se em Porto Alegre, Brasil, o primeiro Forum Social Mundial, mobilizando cidadãos e organizações de todo o planeta.
Em 2003, perante a perspectiva de ataque ao Iraque por parte da administração Bush, o mundo inteiro, localmente, saiu à rua, em simultâneo, para tentar evitar a guerra eminente com as consequências catastróficas que hoje vivemos.
O movimento forístico segue o seu curso complexo e diversificado e desdobra-se em foruns sociais locais, regionais, nacionais, continentais e mundiais para se expandir, neste ano de 2008 num Forum Social Mundial que floresce em toda a parte onde a semente tem condições para dar flor. E isso acontece em todos os continentes, em mais de oitenta países, em mais de quinhentas iniciativas e é apenas um pequeno embrião de um mundo melhor que é possível.
Pessoalmente, que sigo atenta e confiante este despertar da humanidade, acredito que um passo importante virá a ser dado na medida em que vá sendo possível transformar este movimento num movimento de acção e não apenas de reacção, com a perspectiva de ser um movimento essencialmente de pró construção de um mundo melhor e deixando de ser um movimento contra o mundo velho a cair de podre.
Esta posição não exclui, bem pelo contrário, a visão rigorosa e segura sobre o que de tremendamente errado o poder e os poderes têm vindo a fazer. Não exclui a consciência de que é o capitalismo, hoje neo-liberalismo global, a origem da situação que vivemos, mas a perspectiva é de que nós somos o novo, nós somos @s que queremos um outro mundo, humano, solidário, saudável, pleno de luz, de cor, de vida, de alegria, de sorrisos, de amor e vamos caminhar nesse sentido.

Em Penafiel, 26 de Janeiro deste 8º ano do novo milénio, pudemos cantar o emblemático «acordai» em que as palavras de José Gomes Ferreira ecoam na música de Fernando Lopes Graça.
Ora o que assistimos de facto é ao acordar de um mundo entorpecido e adormecido pelo apelo a uma vida de aparência em detrimento de uma vida de essência a um ponto em que o cansaço gera o seu despertar para uma nova – tão antiga – realidade. É, pode e tem de ser, um belo e tranquilo despertar, espreguiçar, interiorizando a própria força, a que nos é dado assistir e de que nos é possível participar.
Somos pois protagonistas dos primeiros acontecimentos à escala planetária, a única escala que nos permitirá um passo seguro e efectivo no sentido da libertação da humanidade.
Pensar globalmente e actuar localmente com as ideias-chave da Revolução Francesa: liberdade, igualdade, fraternidade e com a imensa diversidade que engrandece @ human@ é o caminho.
O crescimento da cidadania faz-se dia a dia na vida de tod@s e da cada um(a), colectiva ou individualmente. Mas o grande passo que este milénio permitiu foi a actuação simultânea ao nível planetário e essa actuação é a resposta às diferenças socio-economicas que irá possibilitar uma efectiva aproximação da humanidade, que irá permitir o aparecimento de uma efectiva humanidade, de uma humanidade global com tod@s diferentes, tod@s iguais.
Este caminho só funcionará, penso, se for tranquilo, seguro, determinado e solto. Os agentes do novo mundo devem ter a certeza do que querem para si e para tod@s ao mesmo tempo que devem permitir que o caminho se faça na justa medida em que vá sendo possível.
Talvez seja este o maior desafio. Perante tantas injustiças e tão grandes malformações poderá tornar-se difícil conciliar a pressa de transformar com as reais possibilidades de o fazer.
Quanta mais beleza, criatividade, alegria serena conseguirmos transportar para dentro deste movimento global mais adesões conseguiremos para esta bela caminhada.
maria eduarda

FSM-Penafiel







Elementos da "TERRAVIVA" com o FSM-Penafiel


Exposição em Novelas com o FSM-Penafiel



Caminhada Marecos-Penafiel com o FSM-Penafiel




Caminhada Marecos-Penafiel com o FSM-Penafiel